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O MOTELX está de volta com homenagem a Gale Ann Hurd

O MOTELX está de volta com homenagem a Gale Ann Hurd

O terror nacional está em grande destaque na 19.ª edição do MOTELX. “Sombras”, de Jorge Cramez, e “A Pianista, de Nuno Bernardo, são estreias mundiais e “Crendices - Quando o Medo Vem das Crenças”, do grupo humorístico madeirense 4Litro, é estreia continental. É também um ano de foco particular na condição feminina: o novíssimo Prémio Noémia Delgado para Mulheres Notáveis no Terror e distingue Gale Anne Hurd, Convidada de Honra, e produtora de êxitos como “Exterminador Implacável” e “The Walking Dead”. Nos filmes internacionais abundam estrelas como Marion Cotillard, Paul Rudd, Selton Mello ou Jenny Ortega. O terror está a chegar: 9 a 15 de setembro no Cinema São Jorge.

Gale Ann Hurd

Como já vem sendo hábito, ontem foi apresentada no Cinema São Jorge a 19.ª edição do MOTELX — Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, sublinhando o compromisso com o cinema de terror e solidificando-se com uma programação diversa que trará à capital mais de 130 filmes e mais de 80 sessões de cinema durante 7 dias.

Em 2025, a programação entrega-se com especial foco às temáticas em torno da representação da mulher no cinema. Desde logo a criação do Prémio Noémia Delgado para Mulheres Notáveis no Terror que é atribuído, na sua primeira edição, a Gale Anne Hurd, produtora norte-americana de clássicos do cinema de género como “Exterminador Implacável”, “Exterminador Implacável 2: O Dia do Julgamento” “Aliens”, “O Abismo”, “A Relíquia”, “Armaggedon” entre tantos outros filmes que marcaram inegavelmente a nossa consciência colectiva. É ainda fundadora da Valhalla Entertainment, uma das produtoras responsáveis pelo sucesso de audiências “The Walking Dead” e de todos os seus spinoffs

“A Pianista”, de Nuno Bernardo

O cinema português cimenta-se como um dos grandes eixos de programação também nas longas-metragens em exibição. Jorge Cramez concretiza em “Sombras” a sua estreia na longa de terror; “A Pianista” é um thriller psicológico de Nuno Bernardo, que também se estreia na longa de terror; da Madeira, directamente para a Sala de Culto a produção 100% madeirense do colectivo 4Litro: “Crendices - Quando o Medo Vem das Crenças”. No total, no que ao cinema nacional diz respeito, o festival exibe estas três longas, 22 curtas-metragens e cinco reposições.

Da esfera internacional chegam novidades de várias geografias e registos. “The Ice Tower”, da francesa Lucile Hadžihalilović, com Marion Cotillard como protagonista. Dos Estados Unidos, “Death of a Unicorn” é a estreia de Alex Scharfman na realização. Também em estreia na realização está o jornalista norte-americano Mark Anthony Green, com “Opus”. “Enterre Seus Mortos”, do brasileiro Marco Dutra, é uma fantasmagórica viagem por um Brasil rural, assolado pela iminência do apocalipse e a meio caminho entre o western e o terror cósmico.

“The Ice Tower”, de Lucile Hadžihalilović

Serão exebidos também “Pig that Survived Foot-and-Mouth Disease”, de Hur Bum-wook; “The Surrender”, de Julia Max (Canadá/EUA); da Tailândia, “A Useful Ghost”, de Ratchapoom Boonbunchachoke, que estreou mundialmente na Semana da Crítica de Cannes, onde conquistou o Grande Prémio; e ainda “Zero”, filme com produção repartida entre os EUA e o Senegal, do congolês Jean Luc Herbulot.

Para o Prémio MOTELX - Melhor Curta de Terror Portuguesa temos 12 filmes em competição.  Já no Méliès d’argent - Melhor Curta Europeia, destacam-se, para já, nove produções portuguesas presentes na competição.

A 19.ª edição do MOTELX inaugura ainda a nova secção Suite 13, com destaque para Herschell Gordon Lewis, cineasta cuja alcunha “Padrinho do Gore” logo deixa antever as possíveis metáforas para os Estados Unidos de hoje. A guardiã do cinema underground, experimental e de vanguarda no MOTELX, a SectionX, apresentou um dos seus destaques uma distopia em forma de trilogia. Do austríaco Norbert Pfaffenbichler, a saga “2551” desdobra-se em “2551.01 — The Kid”, “2551.02 — The Orgy of the Damned” e “2551.03 — The End”..

O ciclo “O Baile das Bruxas” abre a porta do Quarto Perdido à bruxaria, à figura da feiticeira pagã e mulher insubmissa, aos cultos rurais, místicos e macabros por si erguidos — e, no limite, à especificidade das bruxas em Portugal. A secção mostra “O Crime de Aldeia Velha” (1964), de Manuel de Guimarães; “Finisterra”, série de Guilherme Branquinho e Leone Niel, produzida pela Take It Easy para a RTP; e ainda “Alma Viva” (2022), de Cristèle Alves Meira.

Além do regresso do Prémio MOTELX - Melhor Guião de Terror Português, estreia-se o Digital Film Festival dedicado a conteúdos audiovisuais de formato digital.

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